segunda-feira, 30 de março de 2009


ê interseçãozinha difícil essa. 

segunda-feira, 16 de março de 2009

i'm too tired to maintain that i'm slow

É aquele nó na garganta, o aperto no peito. Não mais uma reação ao que não se esperava, mas exatamente àquilo que de tão conhecido angustia, que faz querer correr e correr até não ter mais forças só para provar para si mesmo que se tentou fugir ou lutar -- só para externalizar o que já se pensou tanto. E eu me armo, inflo os pulmões com uma respiração concentrada e ansiosa, esperando pelo tiro de largada que nunca vem. Mal dou meu primeiro passo e congelo. Há tanto ainda que me impede de correr como antes. Mesmo quando ando, mal percebo a mudança no cenário. Há uma falta que deixa tudo sempre igual, que faz a corrida parecer inútil, e que (segredo) me faz ter desprezo, caminhar a passos mecânicos, porque tudo tanto faz.

Até vir o nó, até vir o aperto. Sem perceber, respiro fundo. E espero pelo tiro de largada mais uma vez.



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[update: guster, empire state ---- começo aqui uma série de posts inspirados em trechos/melodias de músicas que gosto muito. claro que não se pode esperar nenhuma frequência/coerência vindo desse blog, mas essa é a idéia]

quinta-feira, 5 de março de 2009

um dia, uma sala

A sala não era muito confortável. Lá na frente, a professora falava e falava várias coisas que ela já sabia de cor, mas que ainda assim errava, então o correto era permanecer. Se incomodava com afirmações generalistas e simplórias, ideologismos mal disfarçados, mas permanecia. Do lado, uma conhecida. Figura constante em vidas anteriores, poderia até ter sido uma antagonista em infâncias, adolescências, mas não chegara a tanto. Presença forte, porém distante; uma espécie de referência. Parecia decidida, firme, ativa (não-espectadora), tudo o que ela na sua crônica insegurança não alcançaria e que sabia que ia precisar e sofrer por não ter por muito tempo, por não ser. Tinha apenas sete anos quando primeiro se deu conta disso. Ainda hoje, ambas adultas, olhava para a outra em busca de alguma aprovação e empatia nas poucas palavras que trocavam em horas de silêncio. Reencontraram-se por obra do acaso, não do destino. Não havia nada que poderiam de fato aprender ali. E deixavam a sala, quase esquecendo de se despedir.

Mas as diferenças com quem se sentava ao lado já não ocupavam sua cabeça como antes. Nada realmente ocupava, há que se dizer a verdade. Olhou pras janelas fechadas e sentiu o frio do ar condicionado, interessante isso de fechar as janelas pra não entrar calor. Olhou para os pés e pensou em como suas unhas ficavam arroxeadas depressa, bastava esfriar um pouco. Passava o dia pensando em irrelevâncias assim. Isso quando não simplesmente se sentava e se deixava estar, pensamento vagueando a esmo, incapaz de se mover, de terminar a ação de tirar o casaco, de buscar um copo d'água. Deixava o dia, quase esquecendo de apagar a luz, fechar os olhos e dormir.